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Atendimento de mães e filhas vítimas de violência sexual


Hoje vim compartilhar a minha experiência atendendo essa demanda. Na graduação, participei de um grupo de estágio fundamentado na teoria sistêmica, no qual atendia famílias e casais no centro de atendimento e estudo psicológicos-Caep. Vinculado a esse estágio havia um grupo de pesquisa conduzido pela profª drª Marlene Magnabosco Marra, ela tinha um projeto no Programa de Pesquisa, Assistência e Vigilância à Violência- PAV localizado no Paranoá, cidade satélite de Brasília.


Dessa forma, a psicóloga e assistente social do PAV prestavam auxílio para organizar as participantes do grupo, já os estagiários e a professora realizam as intervenções baseadas em um protocolo criado pela Marlene. Neste sentido, o projeto era intitulado como: “Cuidado Vigilante: diálogo construtivo e responsabilidade relacional em contexto de violência familiar”.


O protocolo era estruturado em cinco encontros onde cada um possuía sua finalidade. No primeiro encontro ocorria o acolhimento, cujo objetivo era conhecer as mães e as filhas, promover a integração e explicar a finalidade do trabalho.


Nos encontros subsequentes eram trabalhados algumas questões inerentes à temática, como: a experiência vivenciada com a filha; a impossibilidade de ajudar a filha nesse momento; as experiências de violência vividas pelas mães; questões jurídicas; buscar compreender e significar e ressignificar as vivências; a mãe que pude ser e a mãe que quero ser; cuidado com o corpo; expectativas futuras; cuidado vigilante; busca de apoiadores (pessoas próximas que podem ajudar no fornecimento de cuidado).


A maior parte dos encontros eram realizados com as mães e as filhas, mas houve um encontro que somente as mães participaram, pois foram abordadas questões mais específicas da violência, como os sentimentos que as mães tiveram e/ou têm sobre a situação, vivências que elas próprias tiveram de violência, a posição materna e etc.


Ademais, alguns momentos eram realizados na coletividade, enquanto outros somente com a díade, nessas ocasiões os estagiários se responsabilizavam por atender uma díade. Atender essa demanda foi uma experiência enriquecedora, pois me proporcionou conhecer temas inerentes às situações de violência, bem como apresentou uma estratégia para atuar nesse cenário.


Como a demanda é bem delicada e complexa, poderia mobilizar a equipe, por isso eram oferecidos momentos de cuidado entre a equipe, visando dialogar sobre a forma que esses assuntos afetavam os profissionais.


Ressalta-se que, o objetivo da pesquisa é ajudar as mães a terem uma relação melhor com as filhas; se fortificarem; experimentar e se preparar para vivências positivas; auxiliar a mãe a ter uma presença proativa em relação a filha e de companheirismo, ajudando, então, a reduzir os risco de possíveis situações de violência.

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