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Foto do escritorNatália Macário

Como está sua relação com o trabalho? Síndrome de Burnout

Olá Gente


Hoje falaremos um pouco sobre a Síndrome de Burnout o que nos faz refletir acerca de quantas atividades diárias e semanais nos dispomos a executar. Com isso, pode-se incluir a nossa relação com o trabalho.

Se formos adentrar os diferentes aspectos que estão relacionados ao trabalho, teríamos que explorar infinitas teorias, e exposições críticas acerca de como o trabalho foi estruturado na sociedade, assim como as peculiaridades existentes nas diferentes formas de se relacionar com este campo. Devido a isso, iremos focar apenas em uma das patologias que podem se desenvolver a partir de uma relação não saudável com esta área.

Cabe enfatizar que o trabalho vai além de um vínculo empregatício com alguma instituição. Eles está relacionado a atividades diárias que exigem esforço e compromisso do indivíduo diariamente, fazendo parte de sua rotina. Sendo assim trabalhos informais, e relacionados a práticas diárias como estudo, também tem risco do desenvolvimento da síndrome.

Segundo Trigo, Teng, Hallak (2007), o trabalho pode ser tanto uma via de realização profissional, ou uma fonte de insatisfação e exaustão. Nesta última dimensão encontra-se a síndrome de burnout.

No texto, os autores colocam que o burnout é definido em inglês como algo que deixou de funcionar por falta de energia. É aquilo, ou aquele, que chegou ao seu limite com grande prejuízo em sua saúde mental e física. A síndrome é iniciada após excessivos e prolongados níveis de estresse (tensão) no trabalho.

Para realização do diagnóstico existem quatro concepções teóricas que podem ser utilizadas: clínica; sociopsicológica, organizacional e sócio histórica, Murofose et al., 2005, (citado em Trigo et al., 2007).

A mais utilizada é a sociopsicológica em que as características individuais, associadas a aspectos ambientais, e do trabalho, influenciam no aparecimento dos fatores da síndrome. Segundo Cherniss, 1980a; World Health Organization (1998, citado em Trigo et al., 2007), são eles:


exaustão emocional : marcado por sentimentos de desesperança, solidão, depressão, raiva, impaciência, tensão, fraqueza, preocupação, distúrbios do sono, dor lombar.

Distanciamento afetivo: sensação de alienação em relação aos outros. Sente a presença das pessoas como desagradável ou não desejada.

Baixa realização profissional ou baixa satisfação com o trabalho: sensação de que as conquistas no trabalho não possuem valor, ou não são o suficiente.


Fatores de risco para o desenvolvimento da síndrome


Os fatores de risco são considerados em quatro dimensões, sendo alguns aspectos de cada uma listados abaixo.


Organização

burocracia (excesso de normas)

falta de autonomia

mudanças organizacionais frequentes

falta de confiança, respeito, e consideração entre os membros de uma equipe

Comunicação ineficiente

impossibilidade de ascender na carreira, de reconhecimento, e de remuneração

a qualidade do ambiente físico do trabalho

Sobrecarga de tarefas; contato com outros colegas com a síndrome


Individuais


Fatores associados a um menor índice da síndrome


traços de personalidade mais resistentes ao estresse (acreditam ter domínio da situação, encaram as dificuldades com otimismo.

lócus de controle interno (responsabilizam-se pelos sucessos e fracassos de suas ações).

Auto-estima, autoconfiança e auto eficácia


Fatores associados a um maior índice da síndrome


Traço de personalidade pessimista

Traço de personalidade perfeccionistas

Grande idealismo e expectativa em relação à profissão

Presença de um alto nível de controle

Gênero (sendo mais presente em mulheres)

Nível Educacional (mais elevado)

Estado civil (solteiro, viúvos, casados) - considerando a peculiaridade de cada caso.


Trabalho

Sobrecarga

baixo nível de controle das atividades ou acontecimentos no próprio trabalho

sentimentos de injustiça e de iniquidade nas relações laborais

Trabalhos noturnos ou por turnos

Precário suporte organizacional

Conflito com colegas

Conflitos acerca de qual função ele desempenha no seu trabalho


Sociedade

falta de suporte social e familiar

valores e normas culturais


Cabe ressaltar que a partir de pesquisas realizadas, esta síndrome parece atingir em maior proporção profissionais da saúde, e profissionais da área de educação.


Consequência do Burnout


Esta síndrome afeta questões institucionais, sociais e pessoais.


Organização

aumento dos gastos devido a saída constante dos funcionários

baixa da inovação pelos funcionários

grande chances do indivíduo de largar o emprego

queda da qualidade do trabalho


Indivíduo


Físicas


Fadiga constante e progressiva

dores musculares ou osteomusculares (nuca, ombros)

dores na região da coluna

distúrbios do sono, enxaquecas

perturbações gastrointestinais

gripes e resfriados constantes

queda de cabelo

alterações sexuais

alterações no ciclo menstrual (mulheres)


Psíquicas


falta de concentração

alteração da memória

lentificação do pensamento

sentimento de solidão

impaciência

baixa auto-estima

desânimo


Além disso podem ocorrer, surgimento de agressividade, uso de substâncias (álcool, fumo, café, drogas ilícitas), comportamento de alto risco até suicídio.


Trabalho

diminuição da qualidade do trabalho

procedimento equivocados

negligência e imprudência

Sociedade

distanciamento dos familiares (cônjuges e filhos)


Podemos concluir, a partir da exposição pelos autores, que o Burnout é uma síndrome que possui fatores de risco multifatoriais e que gera consequências, tanto no nível da organização quanto no profissional, pessoal, e social.


Referências


Trigo, T. R., Teng, C. T., & Hallak, J. D. C. (2007). Síndrome de burnout ou estafa profissional e os transtornos psiquiátricos. Rev. Psiq. Clín 34 (5), pp- 223-233. doi. https://doi.org/10.1590/S0101-60832007000500004


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