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Estágio terapia famíliar sistêmica 

Hoje eu irei falar um pouco sobre como foi minha experiência na Universidade de Brasília (UnB) no estágio em terapia sistêmica e familiar. Meu tempo de atuação nesse estágio foi de dois anos. Neste tempo, eu atendi tanto famílias, quanto casos individuais, utilizando a mesma abordagem psicológica. No início, os estagiários começam na equipe reflexiva. E o que seria isso? É um dos métodos que podem ser empregados no atendimento de famílias. Foi implementado por Andersen (1995, citado em Fiorini, Guisso & Crepaldi, 2017), devido a seu desconforto no modo como as psicoterapias tradicionais eram conduzidas em que, muitas vezes, o terapeuta era visto como detentor do saber. Sendo assim, para Hoger et. al (1994, citado em Fiorini, Guisso & Crepaldi, 2017) as equipes reflexivas são um modelo de intervenção baseado em técnicas narrativas e orientado por processos reflexivos. Estses últimos estão aliados na concepção de apresentar, às famílias, diferentes perspectivas de seu problema e assim conceder novos significados a eles. De forma geral, a equipe reflexiva é uma intervenção que consiste na discussão, por uma equipe de terapeutas, das impressões, ideias e perguntas sobre a família, que é convidada a participar do processo, esclarecer questionamentos, e refletir sobre as dificuldades postas em sessão. A estrutura da equipe reflexiva varia de acordo com a família, mas a ideia central é que, no período da sessão familiar, sejam concedidos momentos de fala para essa equipe e, assim, as famílias e os co-terapeutas escutam as impressões dos profissionais. Durante meu estágio, participei de equipes reflexivas em diversos formatos; estes variavam entre duas a cinco pessoas, dependendo do tamanho da família, e do quanto os integrantes, da família, ficariam confortáveis com muitas pessoas no contexto de terapia. Basicamente, o modelo utilizado consistia em dois co-terapeutas principais; estes eram responsáveis em conduzir o atendimento com a família diretamente, realizar perguntas, formular estratégias e realizar intervenções. Enquanto isso, a equipe ficava atrás dos co-terapeutas, e de frente para a família, realizando anotações. Em um dado momento, os co-terapeutas avisavam à família que iriam escutar a equipe e, então, essa passava a realizar considerações e reflexões sobre a família. Cabe ressaltar, que as discussões que os terapeutas realizam com a equipe reflexiva funciona, em comparação, como uma supervisão do caso, em que a equipe, muitas vezes, pontua elementos mais significativos e diretos que causam uma intensidade na família. Logo após, se dá a palavra para família que pode responder e comentar as reflexões dadas pela equipe. Esse processo é dialógico, e consiste na integração comunicacional dentro do sistema, a qual permite a colaboração entre os diversos membros do sistema familiar. Além disso, também atuei como co-terapeuta neste mesmo formato, e pude experienciar tanto estar na equipe, quanto estar em um papel principal atuando na intervenção e aplicação de técnicas na família. Esta abordagem também pode ser aplicada de forma individual. Neste sentido, as técnicas e reflexões sistêmicas que são aplicadas em um contexto familiar, são revertidas em uma atuação individual, em que um dos enfoques, nas sessões, é desvelar os sistemas que atuam na vida do indivíduo, assim como o impacto das suas relações transgeracionais e, atuais, na modelagem de seu comportamento. A abordagem sistêmica é composta por diversas abordagens, contudo, nenhuma anula a outra, elas se complementam. Ao aplicarmos as técnicas em terapia, muitas vezes, diversos elementos das teorias sistêmicas eram considerados em sessão. Uma das intervenções era utilização de técnicas como: a linha da vidajogos lúdicos, ; uso do corpo para encenação, genograma, dentre outras. que podemos abordar mais profundamente em outros posts. Minha experiência neste estágio foi enriquecedora e acredito que agregou muito na minha vida profissional. Foi minha primeira experiência na psicologia clínica, então, foi um desafio quebrar as barreira do medo do primeiro contato; porém, quando vivenciei os atendimentos gostei muito da experiência e uso até hoje os conhecimentos aprendidos nos meus atendimentos na clínica. Referências Fiorini, M. C., Guisso, L. & Crepaldi, M. A., (2017). O Trabalho com Equipes Reflexivas: Revisão de Literatura. Nova Perspectiva Sistêmica, (57), pp. 82-102.

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