Hoje iremos falar um pouco mais sobre saúde. Logo, ao iniciar a pesquisa sobre o tema percebe-se que até ir em busca de uma definição de saúde é uma tarefa difícil. A saúde se estrutura como sendo um fenômeno complexo (Política Nacional de Promoção da Saúde, 2002); assim sendo, apresenta múltiplos determinantes que influenciam e impactam a vida dos indivíduos na sociedade. Além disso, a política nacional supramencionada acrescenta que a saúde pode ser configurada como a busca de uma relação harmoniosa que nos permita viver com qualidade.
Os processos de saúde e de doença, segundo Castellanos (2008, citado em Buss, 2002), são inerentes à vida humana e são condicionados pelos modos, condições e estilos de vida. Tendo isto em vista, podemos refletir acerca das ponderações levantadas por Czeresnia (2003), que abordam elementos importantes acerca de como estes dois processos são vistos em uma sociedade, que possui princípios formulados em uma base científica e racional.
Com isto posto, é possível realizar a introdução de dois conceitos que aparecem nas formas como os processos de saúde aparecem em nossa sociedade são eles; promoção e prevenção, respectivamente. Estes dois termos são comumente utilizados como iguais, contudo possuem suas particularidades. O primeiro (promoção) enfatiza os "universos individuais", subjetivos, como centrais na construção das relações entre saúde e doença. O segundo prioriza um saber mais racional e científico, com um caráter mais prescritivo.
A prevenção, segundo Czeresnia (2003), está relacionada a implementação de práticas que evitem a progressão, ou o acontecimento de doenças específicas reduzindo sua incidência na população. Já a promoção segue uma via de fomentação, de produção de um bem-estar geral na população; não possui um enfoque em uma doença específica, ou epidemia, mas sim em alterações condições de vida e trabalho.
A promoção de saúde, mais do que a implementação de práticas educativas para o combate de possíveis ocorrências de doenças específicas, coloca enfoque no fortalecimento da capacidade individual e coletiva para lidar com os diversos componentes que condicionam os processos de saúde. É a busca por desenvolver no cidadão a capacidade de reconhecer os elementos que envolvem sua própria condição de saúde, e reconhecer os elementos histórico-culturais, sócio-econômicos e políticos que estão imbricados em sua própria singularidade. Com isso, o indivíduo não vira apenas um consumidor de prescrições de saúde, mas um produtor criativo de seus próprios espaços de bem-estar e equilíbrio.
Obs:
O Sistema Único de Saúde (SUS), divide-se em níveis de atenção à saúde, que são separados a partir do nível de complexidade, sendo eles: primário, secundário, terciário e quartenário. A promoção e a prevenção encaixam-se no primeiro nível sendo representados na sociedade pelas Unidades de Saúde da Família e as Unidades Básicas.
Referências:
Czeresnia, D. (2003). O conceito de saúde e a diferença entre promoção e prevenção (ed. rev). Rio de Janeiro: Fiocruz.
Ministério da Saúde (2002). Política Nacional de Promoção da Saúde. Brasília: MS
Programa de Saúde da Família (2002). Promoção da Saúde da Família. Paulo Marchiori Buss. Recuperado em, 6, Fevereiro, 2020 de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/is_digital/is_0103/IS23%281%29021.pdf
Sousa, P. H. C. (nd.). Níveis de Atenção à Saúde no Brasil. Recuperado em, 6, Fevereiro, 2020 de https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/enfermagem/niveis-de-atencao-a-saude-no-brasil/33011
Fonte complementar:
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