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Qualidade de vida e atividades físicas

Já está bem "batida" a afirmação que a atividade física é benéfica para a saúde física e mental. Porém, em certo nível, a atividade física pode não ser a melhor prática a se adotar. Como saber se o jeito que faço exercício é de fato saudável psíquica e fisicamente?


É importante cada um avaliar o porquê de estar fazendo a atividade, qual é a FUNÇÃO pra você. Estas análises nem sempre são fáceis de realizar, não temos costume de observar o nosso comportamento e é necessário treino; assim, um psicólogo pode te ajudar nesse processo.



Caso você se perceba engajado em um exercício apenas para evitar situações aversivas, pode não ser a melhor maneira ou melhor atividade. Do mesmo modo, é importante se atentar com a frequência da prática e quando se cria uma relação de compulsão ou dependência, o que pode se tornar negativo (Bicudo, 2001, citado por Silva et al., 2010).


Contudo, a atividade física também pode servir como um comportamento alternativo à comportamentos considerados como "inadequados", que você quer fazer menos vezes, como o uso de substâncias em caso de dependência química. Por exemplo, a pessoa pode passar a frequentar a academia e ficar menos tempo com amigos com os quais usava drogas.


Ademais, de acordo com Ferreira (2012), a liberação de adrenalina e endorfina pós exercício, provocam sensação de prazer, similar ao uso de drogas, fazendo com que o indivíduo procure cada vez mais aquela atividade.


A atividade física pode auxiliar na melhora de outros quadros de saúde mental, como a depressão. Há estudos que comparam grupos com pessoas depressivas: grupo que realiza o tratamento tradicional e grupo que passa a praticar atividades físicas além do tratamento tradicional; neste último, as participantes obtiveram uma melhora significativa em relação ao outro grupo (Vieira, Porcu & da Rocha, 2007).

No entanto, segundo Vieira, et al. (2007), com a retirada da atividade física os efeitos positivos foram interrompidos. Ademais, se o indivíduo já tiver o hábito da prática ( a partir de 12 semanas) e o exercício for interrompido, a percepção de fadiga psicológica é aumentada e, posteriormente, ocorre um agravamento dos sintomas depressivos (Berlin, 2006, citado por Vieira et al., 2007).


Portanto, tanto a prática de exercícios como a sua interrupção necessitam de avaliação particular e cuidadosa levando em consideração a história de vida, quadros psiquiátricos e a situação atual da pessoa.


Referências:

Silva, R. S., Silva, I. da, Silva, R. A. da, Souza, L., & Tomasi, E. (2010). Atividade física e qualidade de vida. Ciênc. saúde coletiva [online], 15 (1), 115-120. Retirado de: https://doi.org/10.1590/S1413-81232010000100017.

Vieira, J. L. L., Porcu, M. & da Rocha, P. G. M. (2007). A prática de exercícios físicos regulares como terapia complementar ao tratamento de mulheres com depressão. Jornal Brasileiro De Psiquiatria, 56 (1), 23-28.

Ferreira, G. F. (2012). Efeitos da atividade física no tratamento de dependentes químicos: uma revisão de literatura. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, 15 (166). Retirado de: http://www.efdeportes.com/.

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