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Você tem qualidade de vida?

Atualizado: 24 de mar. de 2020

No senso comum, frequentemente escuta-se falar de qualidade de vida, sendo normalmente associada a um padrão de bem-estar em diversas esferas da vida (Almeida, Gutierrez, & Marques, 2012). Segundo os autores, as mídias transmitem a ideia que é preciso esforço individual para alcançar tal "objetivo", com "passos" a serem seguidos.

No entanto, é útil compreender que, pela sua complexidade, a qualidade de vida é multidisciplinar; se relaciona com diferentes campos como: biológico, social, médico, econômico, etc (Almeida, Gutierrez, & Marques, 2012). Assim sendo, todos possuem qualidade de vida, "(...) porém, o interessante para a vida de cada um é buscar uma boa qualidade frente às suas possibilidades individuais de ação." (Almeida, Gutierrez, & Marques, 2012, p. 18).

As pesquisas e os indicadores de qualidade de vida são variáveis de acordo com o foco e interesses por trás dos estudos (Pereira, Teixeira & Santos, 2012). Visando uma forma de avaliação transcultural da qualidade de vida, a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1995, reuniu especialistas de diversas partes do mundo para elaborar um instrumento: World Health Organization Quality of Life (WHOQOL).

The WHOQOL Group (1995, citado por Fleck, 2000) definiu qualidade de vida como "a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações" (p. 34).

Assim, a avaliação da qualidade de vida possui mutuamente um caráter subjetivo e objetivo. O primeiro se dá por a percepção ser individual e influenciada pelo meio histórico-cultural, já o segundo decorre de critérios objetivos que caracterizam o sujeito diante da sociedade quanto ao acesso a bens e serviços (Almeida, Gutierrez, & Marques, 2012).

De acordo com Fleck (2000), o instrumento WHOQOL-100 contém 100 perguntas referentes a seis campos: físico, psicológico, nível de independência, relações sociais, meio ambiente e espiritualidade/religiosidade/crenças pessoais. Ademais, as categorias são divididas em 24 subcategorias, contidas na Figura 1:


Figura 1: Domínios e subcategorias do WHOQOL (Fleck, 2000)


Devido à grande extensão do questionário, este foi resumido na versão WHOQOL-bref (Figura 2) contendo apenas 26 questões, com as 24 subcategorias mencionadas e duas questões gerais. Ademais, os domínios foram reduzidos para: físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente (The WHOQOL Group, 1998b, citado por Fleck, 2000).


Figura 2: Domínios e subcategorias do WHOQOL-bref (Fleck, 2000)


As aplicações do instrumento abarcam desde a clínica à avaliação de tratamentos de saúde e criação de políticas públicas. As versões em inglês, assim como manual para aplicação estão disponíveis no site: https://www.who.int/mental_health/publications/whoqol/en/.


Este tema está longe de ser esgotado com essa postagem, nosso objetivo era transmitir uma noção global. Posteriormente, trataremos de aspectos mais específicos das variáveis que interferem na "tão sonhada" qualidade de vida. E pra vocês, o que é qualidade de vida? Como avaliam sua qualidade de vida?


Referências:

Almeida, M. A. B. de, Gutierrez, G. L., & Marques, R. F. R. (2012). Qualidade de vida: definição, conceitos e interfaces com outras áreas de pesquisa. São Paulo: Escola de Artes, Ciências e Humanidades - EACH/USP. Retrieved from http://each.uspnet.usp.br/edicoes-each/qualidade_vida.pdf


Fleck, Marcelo Pio de Almeida. (2000). O instrumento de avaliação de qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde (WHOQOL-100): características e perspectivas. Ciência & Saúde Coletiva, 5(1), 33-38. https://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232000000100004


Pereira, É. F., Teixeira, C. S., & Santos, A. dos. (2012). Qualidade de vida: abordagens, conceitos e avaliação. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, 26(2), 241-250. https://dx.doi.org/10.1590/S1807-55092012000200007

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