O enfrentamento ou coping pode ser definido como:
A definição acima deriva da perspectiva de Folkman e Lazarus (1984, citado por Dias & Pais-Ribeiro, 2019). Atualmente, as ideias dos autores citados ainda são frequentemente utilizadas para se tratar da temática.
Não obstante, é importante citar que houve diferentes "movimentos" para estudo do coping, sendo os mais famosos: de perspectiva psicanalítica, com foco em aspectos internos, como mecanismos de defesa; o que considera que as características permanentes da personalidade definem mais o enfrentamento do que a situação; e, o processo transacional, pessoa-ambiente, o qual considera os traços de personalidade e os comportamentos influenciados pela situação e cognição (Dias & Pais-Ribeiro, 2019). Para fins do presente texto, o último referencial será adotado.
Quando o indivíduo entra em contato com uma situação ele, primeiramente, realiza uma avaliação primária (Dias & Pais-Ribeiro, 2019). Nesta, é atribuído significado ao evento e, para tal, o sujeito utiliza das suas crenças, valores, história de vida, entre outros; então, classifica o ocorrido em três categorias básicas: benigno (benéfico), irrelevante (não causará ganhos e nem perdas) ou prejudicial. Segundo os autores, as circunstâncias que são consideradas prejudiciais passam para a avaliação secundária, na qual são analisadas as estratégias de enfrentamento, ou seja, as ações que o indivíduo pode adotar.
Fonte: Dias & Pais-Ribeiro (2019)
O evento classificado como prejudicial pode ser categorizado entre: perda ou dano; ameaça ou desafio (Folkman, 2010, citado por Dias & Pais-Ribeiro, 2019).
Há dois tipos de enfrentamentos que são mais comuns: focalizado na emoção e focalizado no problema.
Fontes: Folkman, 2010 & Antoniazzi et al., 1998, citado por Dias & Pais-Ribeiro, 2019.
Fontes: Lazarus & Folkman, 1984; & Antoniazzi et al., 1998, citado por Dias & Pais-Ribeiro, 2019.
O coping focado tem surgido como um novo tipo de estratégia (Folkman, 2010, citado por Dias & Pais-Ribeiro, 2019).
Ademais, práticas religiosas/espirituais e suporte social também têm sido estudadas na literatura como formas de enfrentamento e incluídas em instrumentos para mensuração do coping (Seidl, Tróccoli & Zannon, 2001).
As crenças religiosas e espirituais tem especial influência em processos de adoecimento, auxiliam na adesão do tratamento e possibilitam novas maneiras de lidar com a doença e a criação de novos significados para essa vivência (Matos et al., 2017, citado por Ximenes, 2019). Porém, tal prática pode ser negativa em alguns casos (Panzini et al., 2010, citado por Ximenes, 2019).
Que enfrentamentos você tem aplicado nesse momento de crise para lidar com os problemas relacionados ao Coronavírus e ao isolamento?
Referências:
Dias, E. N.; & Pais-Ribeiro, J. L. (2019). O Modelo de Coping de Folkman e Lazarus: Aspectos Históricos e Conceituais. Revista Psicologia e Saúde, [S.l.], p. 55-66, jul. 2019. Retirado de: http://www.gpec.ucdb.br/pssa/index.php/pssa/article/view/642.
Lima, M. F. ,& Ferreira, C. B. (2018). Estratégias de enfrentamento de pacientes com transtornos mentais. Pesquisas e Práticas Psicossociais 13(2), 1-15. Retirado de: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-89082018000200007
Ximenes, C. D. C. (2019). A Utilização do Coping Religioso/espiritual como Estratégia de Enfrentamento entre os Pacientes na Oncologia: uma revisão narrativa. Trabalho de Conclusão de Curso de Enfermagem, Centro Universitário de Brasília- UNICEUB, Brasília - DF. Retirado de: https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/prefix/13584/1/21404500.pdf
Seidl, E. M. F., Tróccoli, B. T., & Zannon, C. M. L. C. (2001). Análise Fatorial de Uma Medida de Estratégias de Enfrentamento. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 17(3), 225-234. Retirado de: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-37722001000300004
Sugestão de Fontes Adicionais:
Santos, Q. N. Estratégia de Enfrentamento (Coping) da Família Frente a um Membro Familiar Hospitalizado: Uma Revisão de Literatura Brasileira. Retirado de: https://www.metodista.br/revistas/revistas-metodista/index.php/MUD/article/view/3894 Santos, F. A. L., & Limberger, A. M. (202). Estratégias de Coping Frente ao Luto. Revista Uniítalo em Pesquisa, 10(1), 26-51. Retirado de: http://pesquisa.italo.com.br/index.php?journal=uniitalo&page=article&op=view&path%5B%5D=346&path%5B%5D=300
Silveira, C. M. Processo de Morte-morrer em Unidade Neonatal: Coping de Equipe de Enfermagem. Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação de Enfermagem. Universidade Federal de Santa Catarina - SC. Retirado de: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/202138/TCC%20FINALIZADO%20REPOSITÓRIO.pdf?sequence=1&isAllowed=y
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